sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Nossa torcida.

Mesmo antes de nascer, já tinha alguém torcendo por você. Tinha gente que torcia para você ser menino. Outros torciam para você ser menina. Torciam para você puxar a beleza da mãe, o bom humor do pai. Estavam torcendo para você nascer perfeito. Daí continuaram torcendo. Torceram pelo seu primeiro sorriso, pela primeira palavra , pelo primeiro passo. O seu primeiro dia de escola foi a maior torcida. E de tanto torcerem por você, você aprendeu a torcer. Começou a torcer para ganhar muitos presentes e flagrar Papai Noel. Torcia o nariz para o quiabo e a escarola. Mas torcia por hambúrguer e refrigerante. Começou a torcer até para um time. Provavelmente, nesse dia, você descobriu que tem gente que torce diferente de você. Seus pais torciam para você comer de boca fechada, tomar banho, escovar os dentes, estudar inglês e piano. Eles só estavam torcendo para você ser uma pessoa bacana. Seus amigos torciam para você usar brinco, cabular aula, falar palavrão. Eles também estavam torcendo para você ser bacana. Nessas horas, você só torcia para não ter nascido. E por não saber pelo que você torcia, torcia torcido. Torceu para seus irmãos se ferrarem, torceu para o mundo explodir. E quando os hormônios começaram a torcer, torceu pelo primeiro beijo, pelo primeiro amasso. Depois começou a torcer pela sua liberdade. Torcia para viajar com a turma, ficar até tarde na rua. Sua mãe só torcia para você chegar vivo em casa. Passou a torcer o nariz para as roupas da sua irmã, para as idéias dos professores e para qualquer opinião dos seus pais. Todo mundo queria era torcer o seu pescoço. Foi quando até você começou a torcer pelo seu futuro. Torceu para ser médico, músico, advogado. Na dúvida, torceu para ser físico nuclear ou jogador de futebol. Seus pais torciam para passar logo essa fase. No dia do vestibular, uma grande torcida se formou. Pais, avós, vizinhos, namoradas e todos os santos torceram por você. Na faculdade, então, era torcida pra todo lado. Para a direita, esquerda, contra a corrupção, a fome na Albânia e o preço da coxinha na cantina. E, de torcida em torcida, um dia teve um torcicolo de tanto olhar para ela.Primeiro, torceu para ela não ter outro. Torceu para ela não te achar muito baixo, muito alto, muito gordo, muito magro. Descobriu que ela torcia igual a você. E de repente vocês estavam torcendo para não acordar desse sonho. Torceram para ganhar a geladeira, o microondas e a grana para a viagem de lua-de-mel. E daí pra frente você entendeu que a vida é uma grande torcida. Porque, mesmo antes do seu filho nascer, já tinha muita gente torcendo por ele. Mesmo com toda essa torcida, pode ser que você ainda não tenha conquistado algumas coisas. Mas muita gente ainda torce por você! Se procurar bem você acaba encontrando.

Não a explicação (duvidosa), mas a poesia (inexplicável) da vida ... "

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Independência?


... e foi há exatamente 187 anos que um carinha domado de uma pressão suberana, não conseguia mais controlar o que se passava, então foi a beira do riacho do Ipiranga, levantou a sua espada e proferiu aquilo que todos já sabem: independência ou morte! esse fato ficou conhecido como a independência do Brasil, mas ao contrário do que todos pensam, acredito que o nosso país se porte mais dependente, hoje, do que nunca; não me refiro apenas a relação de dependência entre uma colônia e sua metrópole, como acontecia há algumas décadas, mas, sobretudo, a depedência do ser humano; vejo que a maioria dos brasileiros, hoje, são dependentes, desde de alimentação, moradia, e saúde, como também de carinho, de amor, de respeito, e principalmente, somos carentes de VOZ; o país, se apresenta como democrático, o que sinceramente, democracia, esta, que não funciona; aqui, o que mais funciona é aquele lema ''E o de cima sobe e o de baixo desce'' e esses, de cima, que eu me refiro, esses sim, acredito que sejam parcialmente independentes, se tratando do lado financeiro, esses sim, tem voz, mas vai muito além, eles tem o poder... mas mesmo assim, são dependentes, dependentes de ética; enquanto nos portarmos calados diante da situação moralmente e eticamente errada, mas aceita pela sociedade, seremos, sim, sempre dependentes.
Olá pessoal, estou aqui, inaugurando o blog :)